A Polícia Federal (PF) deve incluir o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado, que ocorreu após o resultado das eleições presidenciais de 2022. Juntamente com Bolsonaro, outros nomes importantes também devem ser indiciados, como os ex-ministros General Augusto Heleno e Braga Netto, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem. A lista dos indiciados será enviada ainda nesta quinta-feira (21) ao gabinete do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A investigação, que apura uma tentativa de golpe para evitar a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, revelou que os envolvidos serão acusados de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa. Segundo fontes da Record, o plano de golpe visava a execução do então presidente eleito Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, além de restringir o livre exercício do Poder Judiciário.
Operação contragolpe
Na terça-feira (19), a PF prendeu cinco pessoas na Operação Contragolpe, que investigava o planejamento de um golpe de Estado com o objetivo de impedir a posse de Lula e de realizar a “neutralização” de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, que estava sendo monitorado de perto. O plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, estava em andamento desde 2022, com datas previstas para execução já estabelecidas. A operação revelou documentos detalhados sobre o planejamento, incluindo informações sobre a segurança pessoal de Moraes e os armamentos necessários para a ação.
Entre os itens mencionados no plano, estavam pistolas, fuzis, metralhadoras, lança-granadas e lança-rojões, além de detalhes sobre as rotas e horários de deslocamento de Moraes. A PF também descobriu que os envolvidos planejavam utilizar veneno para atingir autoridades, incluindo a possibilidade de envenenar o presidente eleito, visando a um “colapso orgânico”.
Ligação de Braga Netto com o plano golpista
A investigação também aponta para o envolvimento direto do ex-ministro Braga Netto no plano. Em 12 de novembro de 2022, o plano foi discutido em uma reunião realizada na residência de Braga Netto, que na época era candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. O encontro contou com a presença de outros membros militares e foi confirmado por testemunhas, incluindo o general Mauro Cid, que era próximo de Bolsonaro.
Na reunião, os militares discutiram os detalhes do plano, incluindo a criação de um gabinete de crise para “restabelecer a legalidade e estabilidade institucional”. Além disso, a PF identificou diálogos entre os envolvidos, que indicavam o recrutamento de mais pessoas para apoiar a execução do golpe. O valor estimado para a operação, segundo as conversas, era de R$ 100 mil, envolvendo gastos com hospedagem, alimentação e material para a execução do plano.
Próximos passos da investigação
A Polícia Federal continua as investigações sobre a tentativa de golpe, que tem características terroristas, de acordo com a análise da corporação. A investigação segue com o objetivo de identificar todos os responsáveis pelo planejamento e tentativa de execução de ações golpistas, com as autoridades aguardando mais prisões e indiciamentos nas próximas semanas.
Ex-presidente deve ser indiciado por tentativa de golpe de Estado – Foto: Anderson Riedel/ PR/ Reprodução/ ND
Fonte: Reprodução portal R7 e Nd+