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Dia Mundial da Poupança: investimento na caderneta ainda vale a pena? Confira

Mesmo rendendo abaixo de outros investimentos, a poupança se mantém como a favorita dos brasileiros. Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), 32 milhões de pessoas investem exclusivamente na caderneta, que tem saldo atualmente de pouco mais de R$ 1 trilhão.

Nesta sexta-feira (31), é celebrado o Dia Mundial da Poupança, a data foi criada para alertar sobre a importância da educação financeira e de criar hábito de poupar.

No entanto, em momentos de juros em alta, a caderneta de poupança acaba perdendo para outros investimentos.

“Nós estamos num ambiente que a taxa básica de juros, a Selic, está muito alta, 15% ao ano. E, quando a Selic está alta, ela beneficia os aplicações em fundos de renda fixa. Quando a Selic cai, beneficia mais a poupança”, explica Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional de Executivos).

De um modo geral, ele considera a poupança um bom investimento, principalmente para as aplicações de baixo valor. Porque é isenta de Imposto de Renda e de taxa de administração.

“Com pequenos valores, suponha que você queira ir para o fundo de investimento. Além de pagar Imposto de Renda, terá uma taxa de administração, o que faz com que perca o rendimento feito pela poupança”, acrescenta Oliveira.

Ele destaca que a poupança mantém pelo menos o poder de compra, evitando que o dinheiro perca valor, com o impacto da inflação. Se o dinheiro estiver parado, vai se desvalorizar.

“Criado em 1924 no Congresso Internacional de Economia em Milão, o Dia Mundial da Poupança completa 101 anos em um momento crítico para o brasileiro. Os números mostram a urgência: 76,7% das famílias estão endividadas, e 67% da população não tem reserva financeira para emergências”, afirma Tonegutti.

Segundo ele, como investimento, manter dinheiro na caderneta de poupança só vale para aqueles que estão dando os primeiros passos.

“A poupança rende hoje cerca de 8,4% ao ano, enquanto alternativas igualmente seguras como Tesouro Selic e CDBs com liquidez diária entregam entre 12% e 14% líquidos”, explica o advogado.

“Para ter uma ideia prática: R$ 10 mil investidos na poupança renderam R$ 657 em 2024. O mesmo valor no Tesouro Selic gerou R$ 867 – uma diferença de R$ 210, ou 32% a mais. Em CDBs pagando 110% do CDI, o ganho chegou a R$ 900″, acrescenta.

Nos últimos quatro anos, R$ 242 bilhões deixaram a caderneta em busca de melhores retornos. De acordo com ele, a poupança faz sentido apenas em três situações:

  • Para valores muito pequenos (abaixo de R$ 100)
  • Para quem precisa de liquidez absolutamente imediata
  • E, principalmente, para quem está aprendendo a formar o hábito de poupar

Ele defende que a mudança para outros investimentos assim que acumular mais de R$ 1.000. E recomenda três produtos:

  • Tesouro Selic – Garantia do governo federal, rende cerca de 12% líquidos, liquidez D+1, aplicação mínima de R$ 30. Perfeito para iniciantes que querem máxima tranquilidade.
  • CDBs com liquidez diária – Alguns bancos digitais pagam 105-113% do CDI (12,5-13,5% líquidos). Proteção do FGC até R$ 250 mil, aplicação mínima de R$ 1 a R$ 1.000 dependendo do banco.
  • Fundos DI – Opção mais conveniente, especialmente os com taxa zero. Rendem 96-100% do CDI (cerca de 12% líquidos), liquidez D+0 ou D+1, aplicação mínima de R$ 100-1.000. A gestão é profissional e automática.

Cálculo

Antônio Sanches, analista de research da Rico, explica que o rendimento da poupança está relacionado à taxa Selic e à TR (Taxa Referencial).

Sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, a correção da caderneta de poupança é equivalente a 70% desse valor, acrescido do valor da Taxa Referencial (TR). Quando a Selic for maior que 8,5% (o que é o caso atual, já que a Selic está em 15%, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês + TR.

Histórico

A caderneta vem registrando mais saques que depósitos nos últimos anos. Em 2023 e 2024, as retiradas da poupança foram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente. No acumulado de 2025, a caderneta teve resgate de R$ 78,5 bilhões.

A manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em alta estimula a aplicação em investimentos com melhor desempenho.

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central interrompeu o ciclo de aumento de juros em julho, após sete altas seguidas na Selic e, desde então, vem mantendo a taxa em 15% ao ano. O objetivo é garantir que a meta da inflação, de 3%, seja alcançada.

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