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Como a geração Z expulsou o presidente de Madagascar do país após protestos

O presidente de Madagascar Andry Rajoelina, deixou o país no domingo (12) após semanas de manifestações lideradas por jovens que tomaram as ruas contra a crise econômica e a corrupção no país. A fuga do chefe de Estado marcou o colapso de seu governo depois que parte do Exército desertou e se juntou aos manifestantes, confirmaram líderes da oposição, uma fonte militar e um diplomata estrangeiro à Reuters.

O líder da oposição no parlamento, Siteny Randrianasoloniaiko, afirmou que o presidente fugiu quando perdeu o apoio das forças armadas. “Ligamos para a equipe da presidência e eles confirmaram que ele deixou o país”, disse o parlamentar. O destino de Rajoelina é incerto, mas uma fonte militar relatou que ele deixou Madagascar a bordo de um avião militar francês.

As manifestações começaram em 25 de setembro, inicialmente motivadas pela falta de água e energia, e rapidamente evoluíram para uma onda nacional contra o desemprego, a má gestão e a desigualdade. A mobilização ganhou força com a participação de jovens da chamada geração Z, que passaram a exigir a renúncia do presidente. Na segunda-feira (13), milhares de manifestantes ocuparam a principal praça da capital Antananarivo gritando “o presidente deve renunciar agora”.

Um dos participantes, o funcionário de hotel Adrianarivony Fanomegantsoa, de 22 anos, resumiu o sentimento das ruas. “Em 16 anos, o presidente e seu governo não fizeram nada além de enriquecer enquanto o povo continua pobre. E os jovens, a Geração Z, são os que mais sofrem”,.

O descontentamento juvenil refletiu movimentos semelhantes que ocorreram nas últimas semanas em outros países, como Nepal e Marrocos, onde a pressão popular também derrubou governos. Em Madagascar, a crise política se agravou depois que a tropa de elite CAPSAT, que havia ajudado Rajoelina a assumir o poder em 2009, anunciou que não atiraria contra os manifestantes e escoltou milhares deles até a praça principal.

No domingo, o presidente apareceu em um vídeo publicado no Facebook dizendo que havia se mudado “para um local seguro” para proteger a própria vida. Ele afirmou que não permitiria que “Madagascar fosse destruída” e se recusou a renunciar. Pouco antes de deixar o país, assinou um decreto concedendo perdão a vários prisioneiros, incluindo dois cidadãos franceses condenados por tentativa de golpe em 2021.

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