
A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) completa em 2025 meio século de atuação na área da pesquisa socioeconômica. Um trabalho que, ao longo desses 50 anos, se consolidou como ferramenta essencial para o planejamento e o fortalecimento do agronegócio catarinense.
Segundo Dilvan Luiz Ferrari, gerente do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), o objetivo inicial desse esforço científico foi criar uma base sólida de informações que pudesse orientar tanto produtores quanto gestores públicos. “A pesquisa surgiu para dar suporte às decisões do campo e do governo, transformando números em conhecimento estratégico”, destacou.
Atualmente, os estudos abrangem uma ampla gama de temas. Entre eles estão o êxodo rural, a sucessão familiar na agricultura, o autoconsumo das famílias, os custos de produção, a evolução dos preços e o desempenho das exportações. “Essas informações ajudam a entender como vive e produz o agricultor catarinense, fornecendo indicadores fundamentais para pensar o futuro do setor”, explicou Ferrari.
O trabalho é realizado de forma integrada entre diferentes centros da Epagri, com destaque para o Cepaf (Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar) e o próprio Cepa. As equipes coletam, analisam e organizam dados que depois se transformam em boletins, relatórios e plataformas digitais de acesso público.
Entre os canais mais conhecidos estão o Observatório Agro Catarinense e o InfoAgro, que permitem à sociedade acompanhar de perto indicadores e análises. Além disso, publicações como o Boletim Agropecuário, o Desempenho da Agropecuária e a Síntese Anual da Agricultura são referências para profissionais do campo, pesquisadores e formuladores de políticas públicas.
A democratização da informação é uma das marcas da Epagri. “O conhecimento precisa estar acessível, seja ao pequeno agricultor, ao estudante, ao pesquisador ou ao gestor público. Isso garante que as decisões não sejam tomadas no escuro, mas baseadas em dados confiáveis”, ressaltou Ferrari.
Nos últimos anos, a tecnologia passou a ser uma aliada ainda mais forte. Aplicativos como o Di@rio de Campo e o sistema de Monitoramento de Perdas na Agricultura foram desenvolvidos para que os produtores possam, de forma prática, registrar informações e tomar decisões mais assertivas em suas propriedades.
Para Ferrari, a relevância da pesquisa socioeconômica é estratégica. Ele compara o papel dos dados ao de outras inovações no campo: “Assim como o avanço genético e as novas tecnologias transformaram a produção, a informação confiável também é insumo essencial para a agricultura”.
Ao completar 50 anos, a pesquisa socioeconômica da Epagri se reafirma como um dos pilares do protagonismo catarinense no setor agropecuário. “Nossa missão é continuar fortalecendo a base de conhecimento que dá segurança e competitividade ao agricultor catarinense, hoje e no futuro”, concluiu o gerente.