O gabinete do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, está finalizando um texto que prevê sanções econômicas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A proposta, que ainda está em fase de revisão no governo do ex-presidente Donald Trump, estabelece que as medidas sejam reavaliadas a cada 60 dias, com possibilidade de renovação ou ampliação, dependendo da resposta do magistrado e da Corte brasileira às restrições impostas por Washington.
Segundo fontes ligadas ao bolsonarismo, envolvidas nas articulações, outros membros do STF e do Judiciário brasileiro também poderão ser incluídos na lista de sanções em futuras revisões. A proposta está sendo tratada no âmbito do Office of Foreign Assets Control (OFAC), o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro norte-americano. Caso haja avanço no processo, Rubio e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, poderão apresentar ao presidente Trump novas sugestões de nomes para inclusão na lista.
A possibilidade de sanções contra Moraes foi mencionada publicamente por Marco Rubio durante uma audiência no Congresso norte-americano na última quarta-feira (15). Questionado pelo deputado republicano Cory Mills (Flórida), Rubio confirmou que as medidas estão em análise e declarou que “há uma grande possibilidade de que aconteçam”.
A ofensiva contra o ministro do STF tem sido articulada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos, incluindo o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deixou o Brasil no final de fevereiro. Desde então, Eduardo tem promovido encontros com parlamentares republicanos e integrantes do entorno de Trump com o objetivo de pressionar o Supremo Tribunal Federal. A movimentação ocorre no momento em que a Corte brasileira intensifica investigações sobre uma suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.